A preguiça dos publicitários

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Antes que vocês me xinguem, eu sou formada em publicidade, agora podem me xingar se quiserem! O texto é uma generalização de uma ~classe~, mas serve como uma reflexão para um comportamento muito comum no mercado publicitário. Sei que têm coleguinhas indo contra essa mare!

Estamos no finalzinho de 2015, quase quase 2016, mas preguiça no mundo da publicidade continua. Alguns “gênios criativos” ainda estão na época de Mad Men e desenvolvem campanhas preguiçosas, pouco inovadoras, isso sem contar as que têm viés machistas ou com estereótipo de gênero. As pessoas ainda querem vender “sonhos” irreais, que nem são mais desejos da maioria dos consumidores. As agências querem “criar” o próximo grande viral. Os influenciadores digitais vendem cada vez mais forma, sem conteúdo.

Em um post do B9, trazia a informação de que “a agência Heads monitorou todos os comerciais veiculados nacionalmente na Globo e no Megapix, o canal de maior audiência na TV aberta e de maior audiência na TV fechada, respectivamente” para analisar a questão de gênero nas propaganda. O resultado foi “menos de 20% dos comerciais contribui para a equidade de gênero e raça no Brasil”.

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Outro caso que demonstra a falta de compromisso, por assim dizer, de algumas agências foi uma campanha de ativar uma hashtag no Twitter, mas o resultado não foi bem o esperado. Quer dizer, o resultado pode até ter sido bom em termos de número, mas gerou uma repercurssão negativa, pois os influenciadores contratados fizeram “campanhas” pra seus seguidores postarem qualquer coisa e usar a # da ação. No fim, gera números altos de tuítes, no entanto, não entregam nada. Não tem conversão, não tem engajamento com a marca anunciante, apenas um relatório com maravilhosos números altos de tuítes com uma hashtag.

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(via @_noobz)

Tem mais análise sobre a preguiça da publicidade brasileira aqui!

E por fim, o buzz da semana! Uma jovem australiana que tinha mais de 500 mil seguidores no Instagram e cansou de viver a vida (ir)real das redes sociais e apagou boa parte do seu conteúdo na web. A moça ainda editou a legenda de algumas poucas fotos e contou a verdade, que muitos que trabalha com internet ja sabem, sobre cada clique. Quem, como eu, está ligado no universo online está cansado de saber o que rola de campanha, mas tem todo uma leva de adolescentes que idolatram as celebridades de web e consomem o que eles “vendem” sem ao menos saber que são alvos ou ter senso crítico pra diferenciar. Mas outra vez, coloco a “culpa”em quem cria essas campanhas geniais cheia de imagens lindas, mas que não levam a lugar nenhum.

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Esse post já estava no rascunho, mas um papo com as bloggers Lado B me lembrou da tendência de slow down. Esse movimento consiste em diminuir e desacelerar os comportamentos e, com isso, os consumidores que mudaram, passam a impactar as ações e campanhas direcionadas a eles. Pois se as pessoas não forem mais impactadas com a publicidade atual, os criadores terão que (re)pensar novas formas de se posicionarem.