Nome: Kanye West, profissão: estilista.

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Pois é, mais um famoso entra para o mundo da moda no papel de estilista. Kanye West estreou sua coleção na badalada Semana de Moda de Paris e a crítica quanto ao seu trabalho foi bem dividida. Os amigos e pessoas próximas foram só elogios, já os críticos e jornalistas de moda torceram o nariz. Na primeira fila estavam presentes os estilistas Alexander Wang, Joseph Altuzarra, Mary-Kate e Ashley Olsen, a cantora Ciara, a ex-editora da Vogue Paris Carine Roitfeld e Lindsay Lohan. A coleção foi uma mistura de rock’n’roll com calças skinny e vestidos de couro, além disso, várias peças desconstruídas como vestidos recortados e até bandage dress. Além de apresentar peças com peles, em jaquetas e até em mochilas, meio pesado para um desfile de primavera, não? Mas se tratando de Kanye, as peles nunca são demais.

O Huffington Post disse*:

“Sure, West didn’t reinvent the wheel: You could see the influence of established designers — many of shows he frequented over the years. There was a bit of Balmain in the short, sex-drenched dresses and some Givenchy in the gothic, bondage-y leather jackets and skirts, for example. But luxed-up streetwear elements, like hooded jackets made in a mosaic of crocodile skins, gave the collection a unique voice of its own”.

Robin Givhan falou que**:

“While the technical difficulties and aesthetic miscalculations were myriad, the collection’s gravest flaw was that it simply had no vision. It was a little bit of Balmain, a smidge of Balenciaga, a few vague references to Yohji Yamamoto and Rick Owens. There was even a touch of Issey Miyake mixed in for good measure. It was a chaotic stew of leftovers.”

Já Lisa Armstrong do Telegraph foi mais dura***:

“If this is the way fashion’s going then anyone with any real talent should seriously consider a career in Tesco instead. Because that’s a job with dignity. Unlike ghost-designing for a rapper who has the presumption to show “his” very first collection in Paris during prêt-à-porter – supposedly the summit for true creativity in fashion. It was the equivalent of Karl Lagerfeld launching a hip-hop career: i.e. absurd.”

Tire suas próprias conclusões:

As modelos estavam sambando, e não era na cara da sociedade, e sim dentro das roupas.

Traduções:

(*) Claro, West não reinventar a roda: você poderia ver a influência de designers estabelecidos – muitos dos shows que ele frequentou ao longo dos anos. Houve um pouco de Balmain em alguns mini vestidos, um pouco de gótico da Givenchy nas jaquetas de couro bondage e nas saias, por exemplo. Mas os elementos streetwear de luxo, como jaquetas com capuz feitos em um mosaico de peles de crocodilo, deu a coleção uma voz única.

(**) Enquanto as dificuldades técnicas e erros de cálculo estético foram inúmeros, o mais grave defeito da coleção foi que ele simplesmente não tinha visão. Foi um pouco de Balmain, uma pitada de Balenciaga, algumas referências vagas para Yohji Yamamoto e Rick Owens. Havia até mesmo um toque de Issey Miyake misturado em boa medida. Foi um caótico guisado de sobras.

(***) Se este é o caminho da moda está indo, então qualquer pessoa com algum talento real deve considerar seriamente uma carreira na Tesco. Porque esse é um trabalho com dignidade. Ao contrário de estilista fantasma de um rapper que tem a pretensão de mostrar “a sua” primeira coleção em Paris durante prêt-à-porter – supostamente a cúpula para a verdadeira criatividade na moda. Foi o equivalente a Karl Lagerfeld lançar uma carreira de hip-hop: isto é um absurdo.